Jardins com Histórias

Jardins da Madeira. As suas flores, as suas histórias.

jardim do hospício princesa d. maria amélia


Breve Resenha Histórica

O Jardim do Hospício da Princesa D. Maria Amélia situa-se na Avenida do Infante, em frente ao Parque de Santa Catarina. Pode ser visitado todos os dias e a entrada é gratuita.

O jardim integra-se numa grande propriedade adquirida por D. Amélia, viúva de D. Pedro V, rei de Portugal e primeiro imperador do Brasil, com o objectivo de edificar um hospital para o tratamento de pobres doentes com tuberculose.

O edifício começou a ser construído em 1856. As obras ficaram acabadas em 1859, mas o Hospício em homenagem à princesa D. Maria Amélia, filha da imperatriz, que morreu tuberculosa na Madeira a 4 de Fevereiro de 1853, só começou a receber doentes em 1862.

Com a morte da imperatriz D. Amélia, em 1873, os encargos da obra social passaram para a sua irmã Josefina, rainha da Suécia. Desde então esta instituição é tutelada pela coroa sueca. Hoje na casa mãe funciona um lar de idosos, enquanto um infantário e uma escola do ensino básico ocupam as novas dependências construídas na área agrícola da propriedade.

O jardim estende-se num patamar entre o edifício do século XIX e a Avenida do Infante, aberta em meados do século XX. Perdeu uma faixa aquando da abertura da ampla via, mas continua a ter dimensão e qualidade para figurar no roteiro dos jardins mais notáveis do Funchal.

Os passeios são calcetados com seixos basálticos do litoral da Madeira, sobressaindo os desenhos elaborados com pequenos calhaus rolados de calcário trazidos do Porto Santo. Apesar de localizado junto a uma das vias de maior tráfego do Funchal, este jardim emana uma sensação de calma e recolhimento. O isolamento em relação ao trepidante mundo exterior é produzido por uma densa e variada massa arbórea.


Raimundo Quintal, in “Quintas, Parques e Jardins do Funchal: Estudo Fitogeográfico”, págs. 409 e 410, Esfera do Caos Editores, Novembro de 2007.